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Educação para o Trânsito será aplicada em terras indígenas próximas a obras rodoviárias

Professores estaduais participam de curso para orientar comunidades no Norte do RS

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A foto mostra um grupo de professores sentados em um auditório, enquanto assistem a aulas de educadoras do Detran, de pé. Em primeiro plano, uma cesta de palha feita por índios.
Capacitação integra Plano de Ação Indígena desenvolvido por Daer, Detran/RS e secretarias estaduais - Foto: Júlio Cunha Neto/Daer
Texto: Júlio Cunha Neto

Um passeio pela cidade para conhecer melhor a sinalização nas ruas, incentivar a confecção de brinquedos pedagógicos ou escrever uma redação com o tema “segurança nas estradas”? Essas são algumas das ideias que professores da rede estadual de ensino estão elaborando para incentivar a Educação Para o Trânsito em comunidades indígenas do Norte do Rio Grande do Sul, localizadas em áreas onde o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) executa obras de recuperação de rodovias - entre elas, a ERS-406 e a ERS-343.

A capacitação integra o Plano de Ação Indígena, que está sendo desenvolvido em conjunto pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), Detran/RS e secretarias estaduais dos Transportes, da Educação e do Planejamento. O objetivo é orientar os índios sobre as regras e os cuidados necessários para a boa convivência entre pedestres e motoristas.

Na foto, um grupo de crianças indígenas, vestidas e pintadas conforme a cultura local, fazem uma apresentação no pátio de uma escola, assistidas por professores ao fundo.
Atividades iniciaram em março, nas comunidades indígenas de Cacique Doble e Nonoai - Foto: Divulgação/Detran RS

“Esse trabalho atende a requisitos estabelecidos junto ao Banco Mundial para preparar a população indígena quanto às nossas ações de recuperação de estradas pavimentadas, como o Crema Erechim e o Programa Restauro”, ressalta o diretor-geral do Daer, Rogério Uberti. “É preciso pensarmos de forma abrangente no bem-estar da comunidade, indo além das melhorias que estamos proporcionando em infraestrutura e atuando mais de perto para incentivar comportamentos que resultem em segurança para todos.”

O curso é ministrado pela equipe técnica da Escola de Educação Pública do Detran/RS e voltado a mais de cem professores de 12 escolas indígenas. As aulas começaram em março passado na região Norte e, nesta semana, ocorrem no Centro Administrativo do Estado (CAFF), em Porto Alegre, entre os dias 9 e 11 de maio. Os participantes vieram das terras indígenas de Nonoai, Serrinha, Cacique Doble e Passo Grande do Rio Forquilha para ampliar o conhecimento sobre legislação e condutas no trânsito e propor formas eficazes de ensiná-lo não apenas aos jovens estudantes, como também à população das demais faixas etárias.

“A partir da escola, os professores têm a tarefa de serem os nossos multiplicadores de lições importantes, como a importância do uso do cinto de segurança, o respeito à sinalização e os problemas causados pelo excesso de velocidade e o consumo de álcool ao volante”, explica a educadora Bruna Fagundes, 28 anos, do Detran/RS. “É um aprendizado para nós também, pois lidamos com todas as particularidades culturais das comunidades indígenas e desconstruímos muitos mitos que sustentávamos em relação a elas.”

Na turma, que percorreu mais de 400 quilômetros até a Capital para participar do curso, está o cacique Valdir de Matos, 40 anos, da Terra Indígena Cacique Doble. Ele é professor de Educação Física na Escola de Ensino Fundamental Faustino Ferreira Doble e pretende repassar aos 120 alunos as orientações sobre segurança no trânsito. “Com o aumento no fluxo de veículos após o final das obras na ERS-343, é muito importante ensinarmos às pessoas como agir para ter mais segurança nas estradas”, afirma.

A capacitação tem duração de 40 horas/aula e, além dos encontros presenciais, conta, ainda, com ensino à distância. Após o encerramento da primeira etapa do projeto, os professores receberão uma cartilha bilíngue de Educação para o Trânsito, em duas versões: uma, nos idiomas português e caingangue; a outra, em português e guarani – conforme a língua utilizada na terra indígena onde atuam. A publicação será usada como apoio às atividades pedagógicas propostas e deve ser lançada este ano.

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